segunda-feira, 14 de março de 2011

SONHEI QUE TAVA ACORDADO – Suelyton Vieira de Melo


Sonhei que tava acordado
Zanzando de madrugada        
Vagando pelas estrada
Num conseguia drumi

E nesse sonho mardito
Pra piorar a idéia
Eu encontrava uma veia
Querendo se diverti

A veia toda enrugada
Sem dente nenhum na boca
Dizia numa voz rouca
Hoje nói vamu curti!

Valei-me Nossa Senhora!
Que diabo de veia é essa,
Que se movia depressa,
Quando eu tentava fugir¿

A peste me segurava
C’a força d’um elefante
Querendo ser minha amante
Tentava me seduzir

Me alisava os cabelo
E beliscava nas anca
A veia que era manca
Banguela, sempre a surrí

Falava, muito animada
Meu fio, num se afobe!
Eu sei que esse bicho sobe
Pra mode me pissuí

Oh! Minha mãe protetora
Livrai-me dessa desgraça
Prometo que a cachaça
Jamais volto a consumir

Pra minha infelicidade
As reza num funcionava
A santa num se importava
Nem tava querendo ouvi

Será o desimpussive¿
Que num há santo que ajude
Já fiz de tudo que pude
Tentando me evadir

Gritei pedindo socorro
Num encontrava platéia
Pros braço daquela veia
Eu tinha mermo que ir

Já tava me imaginando
Com ela sob as cuberta
Então, fiz a coisa certa
Pra mode me escapuli

Lembrei que era um pesadelo
Um sonho amardiçoado
Bastava tá acordado
Pra veia pudê sumi

Porém, pro meu desespero
Num foi assim que se deu
Pois a  danada adormeceu
E sonha a me perseguir.

Observação: Meu mano utiliza nesta poesia um estilo matuto tipo: Patativa do Assaré.

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