quinta-feira, 5 de maio de 2011

MAI. 03, 2011 – BOM JARDIM: Rio Tracunhaém retoma seu antigo leito.



Rio Tracunhaém.
Comprimento: 127 Km - Nascente: Diversas - Foz: Rio Goiana
O Rio Tracunhaém, com extensão de aproximadamente 127 km, drena parte da bacia do Rio Goiana, do qual é seu afluente. Seus principais afluentes são, pela margem esquerda, riacho Banana, rio Mulungú, rio Tiúma, riacho Boqueirão, rio Água Torta e riacho També. Pela margem direita, destacam-se os riachos Seridó e Pindoba, e os rios Cruangi e Siriji.
A sub-bacia do Rio Tracunhaém banha os municípios de Casinhas, Orobó, Bom Jardim, João Alfredo, Machados, Limoeiro, Lagoa do Carro, Buenos Aires, Carpina, Tracunhaém, Nazaré da Mata, Araçoiaba, Itaquitinga, Igarassu, Condado e Goiana, no sentido nascente-foz.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Rio Tracunhaém retoma ao seu antigo leito. Por Sérgio Vieira de Melo
É sabido por todos que um rio é um dádiva para as populações por onde passa e a sua presença encarece o metro quadrado dos imóveis construídos com vistas para ele, como acontece nos países da Europa:  Tamisa (Londres), Sena (Paris), Tejo (Lisboa),  Danúbio (Viena), e Spree (Berlin), as residências são contruídas de frente para os  rios para usufruirem do privilégio das paisagens e são historicamente importantes meio de transporte.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. (Fernando Pessoa)

Nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento os rios possuem às suas margens contruções desordenadas e estas são de costas para o rio (para receber os degetos e difilcultar a fiscalização) e em suas maioria avançam e invadem impiedosamente os seus leitos.
Em Bom Jardim não é diferente e a fúria das águas (contam os mais antigos moradores) que a situação remota dos anos 30 e a última grande enchente em 1960, com o agravante que se deu à noite.

A conhecida Rua da Palha (antigo leito do rio, concentração do comércio e feira)  recebeu água equivalente a um metro e meio de altura, onde presenciei os enormes prejuízos dos comerciante, as águas invadiam as construções pelas cozinhas e por trás dos comércio e saiam em enchurrada pelos terraços e lojas (quintais não existem mais) alagando a rua e atingindo comerciantes: Fármacia, lojas de sapatos, mercadinhos, armarinhos, lojas de presentes e de celulares, restaurante, padarias, lojas de eletrodomésticos, casas de ração e animais.
Familiares e pessoas vizinhas e amigas, atônitas com a velocidade da enchente se ajudavam na retirada do que podia salvar, iniciado e agravado pela falta de energia, (por volta das dez da manhã) como se fora o arauto de toda calamidade que iria se abater sobre a cidade.

Ví boiar tambores cheios de lixo, móveis, roupas, sacos de laranja e verdura dos bancos já colacados para feira da quarta,  até que às  duas da tarde foi seu ponto máximo, pasmem todos, colchão box de casal e o banco de frutas serviram de jangada e pães, muitos pães,  boiavam. Tudo registrado em muitas fotos e vídeos que foram postados por membros das comunidades do orkut e Youtube pelo blogueiro Lúcio Mário, Ênio Vídeos e Produções e Dodó Félix.

Na Secretaria de Assistência Social, onde trabalho e me encontrava das dez da manhã às duas da tarde, ao sair com água pelo peito, ficou repleta de móveis, roupas, eletrodomésticos que puderam ser salvos, mais os animais: Bois, galos e cabras, não saem das minhas retinas, como se eles e eu nos salvassem de um dilúvio no agreste e a secretaria fosse a nova arca de Noé.

Pontes (03) estão comprometidas e/ou intransitáveis, ruas ficaram descalças, casas ruiram, estradas da zona rural intrasitáveis, algumas escolas inacessíveis e sem aula, pessoas foram desabrigadas e desalojadas, quadra esportiva e escolas: Estadual e municipal servem de abrigos, o CREAS Regional foi escolhido para quartel general das ações, em parceria com todas as secretarias municipais, CRAUD, CRAS, CREAS Municipal, Polícia Militar, Igrejas e Associações, que irmanados num esforço conjunto de anônimos, foram divididos em diversas equipes que saem para os diversos recantos da sede do município e zona rural, conscientizando e retirando famílias em áreas de risco próximo ao leito do rio ou barreiras, que são assistidas com os donativos recebidos pela população não atingida.
Fora da caridade não há salvação – Doutrina Espírita.

Como escrevi no início deste texto, um rio é uma dádiva e não tem culpa de nada, no nosso caso o Rio Tracunhaém apenas retomou ao seu antigo leito...  Que lhe é de direito.
Precisamos tomar como lição, nos precaver e se organizar para enfrentar novas situações semelhantes, pois não para de chover, estamos no início do mes de maio e junho é, como todos sabem, um mes de chuvas.
Foto da estátua de Frei Damiãos submersa. (Crédito: Ênio Vídeos e Produções)
Nsa. Sra. de Sant’Ana, São Sebastião e Frei Damião protejam nosso rincao e a população que esperançosa reza   por dias de sol, sequem o chão sempre castigados por secas e agora paradoxalmente com chuvas torrenciais,  bem como, amenizem as lembraças e nos deem forças para reconstruir os danos materiais, enquanto agradecem por não ter ceifado a vida de nenhum bomjardinense.
Força e fé,  bomjardinenses, tudo vai ficar bem...
Sérgio Vieira de Melo. Bom Jardim - Mai. 05, 2011

5 comentários:

  1. gostaria se possivel que entrasse em contato via email,lins.lins57@gmail.com

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  2. Muito bonito o texto, realmente o rio não tem culpa de nada...
    Só resta tomar providências para mudar essa situação, porque mais chuvas vêm por aí!
    Que Deus dê força pra essas pessoas reconstruirem suas vidas!

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  3. Muito bom o texto. Vc tem razão o rio não tem culpa de nada. Difícil é conscientizar a todos.

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  4. LEMBRO DESSA SUA FALA E,COMENTO COM OS MEUS,QUANDO VOCÊ FAZ REFERÊNCIA À CONSTRUÇÃO DE CASAS NO LEITO DO RIO.INFELIZMENTE É NOSSA CULPA.

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