terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Rubem Alves

Não foi à toa que Adélia Prado disse que "erótica é a alma". 

Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo.


O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele.

A erótica não caminha segundo as direções da carne.

Ela vive nos interstícios das palavras.

Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias.

Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma.

Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: "Continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"

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