Quero suprimir o tempo e o espaço,
A fim de me encontrar sem limites unido ao teu ser.
Quero que Deus aniquile minha forma atual e me faça voltar a ti.
Quero circular no teu corpo com a velocidade da hóstia.
Quero penetrar nas tuas entranhas,
A fim de ter um conhecimento de ti que nem tu mesma possuis.
Quero navegar nas tuas artérias e confabular com teu sangue.
Quero levantar tua pálpebra e espiar tua pupila quando acordares.
Quero baixar a nuvem para que teu sono seja calmo.
Quero ser expelido pela tua saliva.
Quero me estorcer nos teus braços,
Quando os fundamentos da terra se abalarem nos teus pesadelos.
Quero escrever a biografia de todos os átomos do teu corpo;
Quero combinar os sons,
Para que a música da maior ternura embale teus ouvidos.
Quero mandar teu nome nas flechas dos ventos,
Para que outros povos te conheçam do outro lado do mar.
Quero forçar teu pensamento a pensar em mim.
Quero desenhar diante de teus olhos
O Alfa e Ômega nos teus instantes de dúvida.
Quero subir em ramagem pelas tuas pernas;
Quero me enrolar em serpente no teu pescoço;
Quero ser acariciado em pedra pelas tuas mãos;
Quero me dissolver em perfume nas tuas narinas;
Quero me transformar em ti.
A fim de me encontrar sem limites unido ao teu ser.
Quero que Deus aniquile minha forma atual e me faça voltar a ti.
Quero circular no teu corpo com a velocidade da hóstia.
Quero penetrar nas tuas entranhas,
A fim de ter um conhecimento de ti que nem tu mesma possuis.
Quero navegar nas tuas artérias e confabular com teu sangue.
Quero levantar tua pálpebra e espiar tua pupila quando acordares.
Quero baixar a nuvem para que teu sono seja calmo.
Quero ser expelido pela tua saliva.
Quero me estorcer nos teus braços,
Quando os fundamentos da terra se abalarem nos teus pesadelos.
Quero escrever a biografia de todos os átomos do teu corpo;
Quero combinar os sons,
Para que a música da maior ternura embale teus ouvidos.
Quero mandar teu nome nas flechas dos ventos,
Para que outros povos te conheçam do outro lado do mar.
Quero forçar teu pensamento a pensar em mim.
Quero desenhar diante de teus olhos
O Alfa e Ômega nos teus instantes de dúvida.
Quero subir em ramagem pelas tuas pernas;
Quero me enrolar em serpente no teu pescoço;
Quero ser acariciado em pedra pelas tuas mãos;
Quero me dissolver em perfume nas tuas narinas;
Quero me transformar em ti.
Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz Fora, Minas Gerais, em 13 de maio de 1901 e morreu em Lisboa, no dia 13 de agosto de 1975. Jamais escreveu um verso ou poema banal. Foi barroco e surrealista. Moderno e tradicional; sempre mantendo uma independência e um certo desprezo, pelo enquadramento dos manifestos.
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