MANHÃ DE CHUVA (CANCÃO) - De: Cultura Viva Pernambuco | ||
1 As andorinhas no rio Passam baixinho voando Como crianças brincando Num lago vasto e sombrio O mangueiral do baixio Sente a chuva, estende a rama No chão, a verdosa grama Se serve do mesmo orvalho Que o vento, agitando o galho A folha treme e derrama | 2 Passa perto da palhoça Um boi em lentas passadas Fazendo as suas pisadas No balanço da carroça Vai a tabaroa à roça Em um ar aborrecido No caminho mais seguido Buscar água no regato Se defendendo do mato Pra não molhar seu vestido | 3 Do sopé da cordilheira As pequeninas correntes Se despenham diligentes Em busca da cachoeira O xexéu, na aroeira Olha toda a redondeza Diante tanta beleza Se sente todo encantado Pensa ser o namorado Mais fiel da Natureza |
4 Caminha o rebanho lento Do arvoredo vizinho À procura do caminho Do planalto lamacento No campestre friorento A planta alegre se agita A flor sorri e palpita Sentindo os ventos medonhos Lá dos recantos tristonhos Que o gênio da sombra habita | 5 Dentro do bosque cerrado A vegetação cochila Levanta a fronde tranqüila Sentindo o tronco lavado Dentro do emaranhado Que à tarde a sombra rodeia A ema, lenta, passeia Em um constante arrepio Já enfadada do frio Que a mão da brisa semeia | 6 O vento passa maneiro Pelo campo rosciado Fingindo um céu esmaltado Coberto de nevoeiro Na baixada, o ingazeiro Sente vigor, se renova Como nos dando uma prova Se mostra todo florido Entre o multicolorido Dum mundo de rama nova. |
Neste 12 de maio de 2012, a poesia está em festa. Há cem anos nascia um gigante da arte: João Batista de Siqueira, mais conhecido como cancão! Filho de Pernambuco, nascido em São José do Egito, não por coincidência, conhecida como cidade dos poetas, cancão respirou poesia em toda sua caminhada neste nosso mundo. Encantou-se no mesmo chão que nasceu, em 5 de julho de 1982. Ao mestre, parabéns e muito obrigado pela essência deixada para todos nós. |
sábado, 12 de maio de 2012
MANHÃ DE CHUVA (CANCÃO). Sugestão: Amélia Lins de Azevedo.
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