domingo, 7 de julho de 2013

DIFICULDADE RELATADA - Por Sérgio Vieira de Melo. (Reeditado)

Dileto mano Ramos Vieira de Melo.
Você não pode calcular o número de tentativas e a dificuldade que tenho agora para escrever algumas palavras direcionadas a você e sobre o seu aniversário. É impressionante como julguei que seria fácil e, no entanto, as tecla do PC parecem travar e nada sai. De tanto tentar e sem inspiração, pois gosto e costumo ser verdadeiro em exprimir  realmente o que sinto, resolvi analisar e relatar a própria dificuldade.

Na minha pobre ótica é comum que o primeiro filho, alvo dos primeiros dengos e mimos possa causar certa inveja dos que se seguem. A autoridade conferida naturalmente por conhecer mais e que a inserção há mais tempo no seio da família provoca. É como se fosse desencadeada uma competição (sadia e salutar) e esta, cria as resistências que ocorrem na atenção dividida dos pais, dos amigos, na escola e nos demais eventos que envolvam a presença e participação de todos.

Tudo isso, repito, acontece de forma tão natural que nem percebemos o atraso causado com nossa preocupação diante do êxito do primogênito e que só nos une um pouco mais quando acontece uma adversidade. Nesta hora nossa condição de pertencimento e a divisão na dor se apresentam exacerbada. ... Ele é meu irmão e apesar de nossas diferenças, agora precisa contar comigo.  Somos parte desta célula máter e a mesma condição de família que nos afastou durante muitas situações, nos aproxima, mas infelizmente, somente durante aquele momento e poucos aprenderam e sabem dar sem humilhar...
Às longas ausências causadas pelas contingências que a vida nos impôs e possivelmente ao nefasto sentimento da inveja possa ser creditado esse afastamento. A falta de intimidade contigo, mas tão comum entre os irmãos que se seguem, a ausência de cumplicidade dão lugar a uma formalidade involuntária que divide em dois blocos injustos: O primeiro filho e os demais. Mas sabemos que sempre é tempo e nunca é tarde para recuperar...

O ar de superioridade que julgamos existir não deveria ter lugar, pois passamos juntos pelas mesmas pelejas e dificuldades e só o tempo se encarregará de destruir ou solidificar as coisas e julgar os procedimentos adotados, trazendo a lucidez e o discernimento para cada um de nós e que mesmo geneticamente da mesma origem, somos únicos, vemos e entendemos às vezes de uma maneira oposta e toda própria os mesmos fatos vivenciados, mas com intensidade e impacto diferentes.

A explicação para tudo isso busco na espiritualidade, alicerçando que quando regressamos da pátria mãe para uma nova oportunidade de amar a quem possa nos ter feito algum mal, somos fracos e limitados para entender o verdadeiro sentido do nosso novo encontro, resgatar e perdoar nossas dívidas (está no Pai Nosso), viver em harmonia, mutuamente nos ajudar, evoluir e trilhar incessantemente o caminho do Criador, que tudo vê, sente, sabe e reconhece nossas fraquezas, mas não nos presenteia como o que pedimos e sim, com o que julga que necessitamos. ELE com certeza compreende agora minha dificuldade de direcionar para você um “feliz aniversário Ramos”, que Deus cubra de bênçãos você e sua família, derrame sua luz divina e curadora para iluminar teus passos e corrigir as nossas invejas.
Bom Jardim PE. Jul. 07, 2011 – Sérgio Vieira de Melo.

PS. No nosso primeiro encontro físico cobrarei um dos muitos abraços que deixamos de dar até hoje.

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